Mas é muito difícil permitir-se ouvir seus próprios demônios. É muito difícil conseguir traduzir o que eles dizem. E no momento em que se faz isso, tudo começa a se tornar libertador. Parece que um grande peso sai das costas e que então podemos respirar e falar ao mundo o que pensamos e sentimos.
A arte - o desenho, a escrita, a música, etc - é uma linguagem infinitamente complexa porém inata a partir do momento em que são dominadas, ou pelo menos reconhecidas, as vozes internas. Ao permitir-se sentir, torna-se fácil criar.
E podemos repetir o que outras pessoas já disseram, mas nunca da mesma forma. Por isso jamais deve reprimir-se o sentimento, ou a vontade de expressa-lo, ou a expressão em si. São passos lentos e distâncias absurdas a serem traçadas para que se possa, finalmente, colocar em formas, cores, letras, sons, o que há de mais interno.
Nunca deve-se esquecer que a qualidade técnica da criação vem com a prática mas a mensagem, que é muito mais importante do que a estética, é única de cada um.
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